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Muito comum em alguns países da Europa, a Febre Q ainda é pouco conhecida pelos brasileiros. Porém, alguns casos já foram detectados no Brasil.

O diagnóstico da Febre Q não é de fácil constatação, pois seus sintomas podem ser confundidos com outras doenças muito comuns no país, como a gripe ou a dengue.

Além disso, é considerada uma das doenças com maior infectividade registrada e, em alguns casos, pode causar complicações fatais aos seres humanos.

Nesse texto, você poderá entender o que é a Febre Q e porque o diagnóstico incorreto pode ser perigoso para a pessoa infectada.

O que é a Febre Q?

A Febre Q é causada pela “Coxiella burnetii”, uma bactéria com alta resistência e estabilidade ambiental. Essas características, por sua vez, permitem que uma única bactéria Coxiella burnetii seja capaz de causar a infecção em uma pessoa.

A doença é uma zoonose, isto é, pode ser transmitida a humanos através dos animais. Assim, a principal forma de contágio ocorre quando uma pessoa inala pequenas partículas carregadas no ar, chamadas de aerossóis, contaminadas com muco, fezes, urina, sêmen ou lã de animais infectados pela doença.

Os sintomas da Febre Q são parecidos com os sintomas da gripe e da dengue e, assim como essas doenças, o infectado pode apresentar febre, dor de cabeça intensa, sudorese, calafrios e mal-estar. Sintomas respiratórios, como tosse seca, também são comuns após quatro ou cinco dias do início da doença.

Em casos mais graves, a doença pode ocasionar comprometimento hepático e endocardite bacteriana (infecção do endocárdio, revestimento interno do coração). Nos casos que apresentam endocardite, a infecção pode ser fatal se não tratada adequadamente.

Pesquisa rastreia casos de Febre Q em Minas Gerais

Com o objetivo de rastrear os casos de Febre Q em Minas Gerais, o pesquisador Igor Rosa Meurer elaborou, com apoio da Fapemig (inserir hiperlink do texto sobre a fapemig FD – 004), um estudo voltado para a investigação da febre Q em pacientes com suspeita de dengue. Esta pesquisa faz parte do Programa de Pós-Graduação em Saúde da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Assim, tendo em vista que os sintomas de ambas as doenças são parecidos, a pesquisa procurou identificar se alguns casos de Febre Q poderiam estar sendo equivocadamente diagnosticados e tratados como dengue. De acordo com a pesquisa, o diagnóstico incorreto da doença aumenta o risco da febre Q crônica e aumenta os custos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Neste estudo, concluiu-se que 5,72% dos pacientes analisados apresentaram anticorpos anti-C.burnetii, significando que essas pessoas já haviam sido expostas ao patógeno causador da Febre Q anteriormente. Dentre os 126 municípios mineiros analisados, em 20 deles foram constatados pelo menos uma pessoa com exposição prévia à bactéria causadora da doença. Foi possível concluir também que, em Minas Gerais, os bovinos foram considerados os principais animais relacionados à transmissão da doença.

No Brasil, a Febre Q não é uma doença de notificação obrigatória, portanto, ainda não existe um protocolo de tratamento padrão. Logo, enquanto por um lado os resultados mostram uma circulação da doença pelo estado de Minas Gerais, por outro ainda há uma larga desinformação acerca da doença.

Assim, esta pesquisa apoiada pela Fadepe contribui para o diagnóstico, rastreio e divulgação da Febre Q. Gostaria de conhecer outras pesquisas apoiadas pela Fadepe? Acesse o site!

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